quarta-feira, 29 de novembro de 2023

E navegas em delírio


 



Beijas o ombro nu
depois o seio
Espraias-te no ventre liso
pelo meio

Em descida vertiginosa
e descontrolada
tocas a rubra flor
já orvalhada

Sorves todas as gotas
bebes, ávido, do rio
e dentro dele navegas
em delírio.

Fátima Guimarães



Esculpida alvorada

 


Tua pretensa caça
Na cara de granito.

Não é a mim que persegues
Nem és tu aquele que persigo.

Os amantes se entregam
Àquele corpo cruel mas perseguido
Armadura de garra e de delícias
Corpo listrado de mel.

Hilda Hilst



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