terça-feira, 31 de outubro de 2017
Um segredo
Não contes do meu
vestido
que tiro pela cabeça
nem que corro os
cortinados
para uma sombra mais espessa
Deixa que feche o
anel
em redor do teu pescoço
com as minhas longas
pernas
e a sombra do meu poço
Não contes do meu
novelo
nem da roca de fiar
nem o que faço
com eles
a fim de te ouvir gritar
Maria Teresa Horta
Desperta-me de noite
Tira-me a blusa, amor,
que eu tiro-te a camisa,
percorro-te com a língua
o ventre desvendado
e tu vais-me tomando,
tocando, mais acima,
entreabrindo as pernas puxando-me
para baixo
E nada mais sossega ou se aquieta,
afirmas,
e eu conheço a chama no corpo
desatada
essa onda rasgada
que fulmina
nos envolve - convulsa
e tresloucada
Depois, nenhum dos dois
já sabe onde termina
onde se acoita o grito devorado
Pelo prazer que rompe
e que domina
o corpo, meu amor,
do nosso desacato
Maria Teresa Horta
As tuas mãos queimam-me a fala
E tu sussurras:
- Não, não afastes a boca da minha orelha.
derrama dentro dela aquilo que não consegues dizer em voz alta.
E eu digo:
- As tuas mãos queimam-me a fala.
Tu sorris, dizes:
- Vem , sem medo, pela aridez do meu corpo.
No fundo de mim existe um poço onde guardo a tua imagem. É tempo de ta devolver. É tempo de te reconheceres nela.
Al Berto
segunda-feira, 30 de outubro de 2017
olhando teu corpo nu
fiquei pensando com meus botões:
quantas entranhas,
quantas entradas,
quantas entrelinhas,
quantos entraves,
quantas gavetas,
quantas vidraças,
quantos cômodos,
quantas chaves,
quantas curvas,
quantas medidas,
quantos desejos,
quantas senhas,
quantos mistérios...
meu Deus! quantos perigos, meu Deus!
Oswaldo Antônio Begiato
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