segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Tua boca de poesia
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Tua boca de poesia
Passeia pelas minhas palavras
Fazendo do doce sabor
Um verso único de amor.
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Luna
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domingo, 30 de agosto de 2009
sábado, 29 de agosto de 2009
Uva rubra
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Tua voz
terça-feira, 25 de agosto de 2009
O meu amor é meu...
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Los amorosos
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domingo, 23 de agosto de 2009
Palpitação amorosa
... Oh, a magnífica palpitação amorosa a meias com a morte! Não temas.
Deixa que as fúrias da paixão te mordam os sentidos.
No perigo está a salvação.
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Natália Correia
in As Núpcias
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Desejo
sábado, 22 de agosto de 2009
Brisa erotica
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Tempestade
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Sê devastador e violento como a tempestade
ao abrir as gavetas, ao depor sobre a mesa
nenhuma razão que outros conheçam.
Alimenta-te
de mim e de ti, guarda as fotografias em paredes
brancas onde nenhuma ave se demore,
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abre-me as feridas, as mais recentes e as antigas.
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Sê brando e lento como as manhãs de dezembro
ao desfazerem-se em neve, esquece os recados,
os pequenos delitos escondidos em segredo.
Os telhados abrigam-nos da maledicência, do azar,
daquilo que o tempo gasta em passar sobre nós.
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Leva-me assim, como um acidente entre os dedos.
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Sê luminoso e intenso, ó meu amor, retrato escondido,
coleciona os declives, ensina-me essa geografia,
sê inocente e puro, mesmo que a noite interrompa a vida
e a nossa pele estremeça.
Deixa que bebamos
apenas se o prazer magoar onde nasce a sede,
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fala-me de mim e de ti, se nos sentarmos nas dunas.
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Francisco José Viegas
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quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Apaixonada
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Venho rendida,
Já não apaixonada, amor,
A paixão com a persistência
Deixou de queimar,
Como a dor com a persistência
Se deixa de sentir.
Agora venho rendida e calma,
Igual e mansa,
Sem marés vivas
Nem dias de levante,
Sou uma esperança constante,
Uma constante desesperada,
Só, sempre sozinha
Pelos mornos areais alaranjados
Onde ondas poentes
Se quebram em alvura.
Só, sempre pensando em ti,
Tentando não pensar,
Descer ao profundo do mar,
Revolver em mim o universo
Novo infinitamente;
Mas tu vens mais forte que o mar,
Mais forte do que eu,
E em vão tento convencer-me
Que não és,
Que não passas de abstrato desejo,
Sentimento incompleto,
Sem poder condensar-se.
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Teresa Balté
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quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Segredo
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Memória do corpo
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Continua a voltar frequentemente e a tomar-me,
sensação amada, continua a voltar e a tomar-me —
quando acorda a memória do corpo,
e desejo antigo volta a passar no sangue;
quando os lábios e a pele se lembram,
e sentem as mãos como se tocassem de novo.
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Continua a voltar frequentemente e a tomar-me à noite,
quando os lábios e a pele se lembram...
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Konstandinos Kavafis
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
O amor é senhor
domingo, 16 de agosto de 2009
Adeus
sábado, 15 de agosto de 2009
Quando te amei sozinho
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quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Fulgor
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terça-feira, 11 de agosto de 2009
Suspiros
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Não era o meu nome
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Foi sempre tão incerto o caminho até ti:
tantos meses de pedras e de espinhos,
de maus presságios,
de ramos que rasgavam a carne como forquilhas,
de vozes que me diziam que não valia a pena continuar,
que o teu olhar era já uma mentira;
e o meu coração sempre tão surdo para tudo isso,
sempre a gritar outra coisa mais alto
para que as pernas não pudessem recordar as suas feridas,
para que os pés ignorassem as penas da viagem
e avançassem todos os dias mais um pouco,
esse pouco que era tudo para te alcançar.
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Foi por isso que, ao contrário de ti,
não quis dormir nessa noite:
os teus beijos ainda estavam todos na minha boca
e o desenho das tuas mãos na minha pele.
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Eu sabia que adormecer era deixar de sentir,
e não queria perder os teus gestos no meu corpo
um segundo que fosse.
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Então sentei-me na cama a ver-te dormir,
e sorri como nunca sorrira antes dessa noite, sorri tanto.
Mas tu falaste de repente do meio do teu sono,
estendeste o braço na minha direcção
e chamaste baixinho.
Chamaste duas vezes.
Ou três.
E sempre tão baixinho.
Mas nenhuma foi pelo meu nome.
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Maria do Rosário Pedreira
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domingo, 9 de agosto de 2009
Vício
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Ah, fumarás demais, beberás em excesso,
aborrecerás todos os amigos com tuas
histórias desesperadas, noites e noites a fio
permanecerás insone, a fantasia desenfreada
e o sexo em brasa, dormirás dias adentro,
noites afora, faltarás ao trabalho, escreverás
cartas que não serão nunca enviadas,
consultarás búzios, números, cartas e astros,
pensarás em fugas e suicídios em cada minuto
de cada novo dia, chorarás desamparada
atravessando madrugadas em tua cama vazia,
não consegurás sorrir nem caminhar alheia
pelas ruas sem descobrires em algum jeito
alheio o jeito exato dele, em algum
cheiro estranho, o cheiro preciso dele
...
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Caio Fernando de Abreu
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sábado, 8 de agosto de 2009
Possuir-te
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É tão natural
que eu te possua
é tão natural que tu me tenhas,
que eu não me compreendo
um tempo houvesse
em que eu não te possuísse
ou possa haver um outro
em que eu não te tomaria.
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Venhas como venhas,
é tão natural que a vida
em nossos corpos se conflua,
que eu já não me consinto
que de mim tu te abstenhas
ou que meu corpo te recuse
venhas quando venhas.
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E de ser tão natural
que eu me extasie
ao contemplar-te, e de ser tão natural
que eu te possua,
em mim já não há como extasiar-me
tanto a minha forma
se integrou na forma tua.
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Affonso Romano de Sant'Anna
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Amor presente
Afeto
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Eu sei quando te amo
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Eu sei quando te amo:
é quando com teu corpo eu me confundo,
não apenas nesta mistura de massa e forma,
mas quando na tua alma eu me introduzo
e sinto que meu sangue corre em ti,
e tudo que é teu corpo
não é que um corpo meu
que se alongou de mim.
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Eu sei quando te amo:
é quando eu te apalpo e não te sinto,
e sinto que a mim mesmo então me abraço,
a mim que amo e sou um duplo,
eu mesmo e o corpo teu pulsando em mim.
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Affonso Romano de Sant'Anna
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terça-feira, 4 de agosto de 2009
domingo, 2 de agosto de 2009
sábado, 1 de agosto de 2009
Fronteiras
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O meu amado chega e enquanto despe as sandálias de couro
marca com o seu perfume as fronteiras do meu quarto.
Solta a mão e cria barcos sem rumo no meu corpo.
Planta árvores
de seiva e folhas. Dorme sobre o cansaço embalado pelo momento
breve da esperança.
Traz-me laranjas. Divide comigo os intervalos da vida.
Depois parte.
Deixa perdidas como um sonho as belas sandálias de couro.
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Ana Paula Tavares
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