
O meu amado apagou o candeeiro
e apagou a sua amargura no meu corpo
e despertou a sua tristeza,
derramou seus olhos no meu sonho
e me despertou.
Estendeu sua asa destroçada à minha volta
e abraçou-me.
Murmurou sua voz melodiosa ao meu ouvido,
embalando-me
sobre a ramaria das suas lágrimas misturadas,
e quando conseguiu de mim o que desejava
soltou-me
e, a meu lado, adormeceu,
enquanto a tarde seu manto recolhia
para que, de manhã, nascesse outra amargura
e nascesse
um desejo na noite que impelisse
o peito do meu amado
a apagá-lo sobre o meu corpo.
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Salah 'Abd al-Sabur
trad. de Adalberto Alves
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Um comentário:
Lindo poema! To adorando esse teu novo espaço! Sabe, tbm vejo o amor e o desejo como uma jarra furada... Pra mim eles devem ser uma jarra furada, pois assim nunca estaremos cheios, sempre vamos querer mais amar essa pessoa! O amor deixa de existir quando deixamos de ter necessidade pelo outro...
Um bjo!
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