sábado, 31 de outubro de 2009

Presa indiferente

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Quero-te,
como se fosses a presa indiferente,
a mais obscura das amantes.
Quero o teu rosto
de brancos cansaços,
as tuas mãos que hesitam,
cada uma das palavras
que sem querer me deste.
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Quero que me lembres
e esqueças como eu
te lembro e esqueço:
num fundo a preto e branco,
despida como a neve matinal
se despe da noite,
fria, luminosa,
voz incerta de rosa.
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Nuno Júdice
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