domingo, 31 de janeiro de 2010

Acordar em teus braços

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Um dia, quando a ternura for a única regra da manhã,
acordarei entre os teus braços.
E a luz compreenderá a impossível compreensão do amor.
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Um dia, quando a chuva secar na memória,
quando o inverno for tão distante,
quando o frio responder devagar como a voz arrastada
de um velho, estarei contigo
e cantarão pássaros no parapeito da nossa janela.
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Sim, cantarão pássaros, haverá flores,
mas nada disso será culpa minha,
porque eu acordarei nos teus braços
e não direi nem uma palavra,
nem o príncipio de uma palavra,
para não estragar a perfeição da felicidade
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José Luís Peixoto

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