quinta-feira, 10 de junho de 2010

Por decoro

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Quando me esperas, palpitando amores,
e os lábios grossos e úmidos me estendes,
e do teu corpo cálido desprendes
desconhecido olor de estranhas flores;

quando, toda suspiros e fervores,
nesta prisão de músculos te prendes,
e aos meus beijos de sátiro te rendes,
furtando às rosas as purpúreas cores;

os olhos teus, inexpressivamente,
entrefechados, lânguidos, tranqüilos,
olham, meu doce amor, de tal maneira,

que, se olhassem assim, publicamente,
deveria, perdoa-me, cobri-los
uma discreta folha de parreira.

Artur Azevedo

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Um comentário:

Sonhos e Devaneios disse...

Olá, estou a conhecer este lugar encantador pela primeira vez e confesso fiquei extremamente encantado com tamanha sensibilidade. Um belo lugar para se acomodar sentimentos voce tem aqui. Parabens...
beijos cheiros
joao

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