quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Armadilha dos abraços



E de novo a armadilha dos abraços.
E de novo o enredo das delícias,
o rouco da garganta, os pés descalços
a pele alucinada de carícias.

As preces, os segredos as risadas
no altar esplendoroso das ofertas.
De novo beijo a beijo as madrugadas
de novo seio a seio as descobertas.

Alcandorada no teu corpo imenso
teço um colar de gritos e silêncios
a ecoar no som dos precipícios.
E tudo o que me dás eu te devolvo.

E fazemos de novo, sempre de novo
o amor total dos deuses e dos bichos.

Rosa Lobato Faria


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