
Entre minhas pernas se esconde um pântano, úmido,
quente, fértil, cheira à fêmea e cio,
e engole os incautos que se aproximam,
nele submergem, e não podem mais ser resgatados...
Entre minhas pernas dormem segredos e sussurros,
gemidos e gritos abafados, que vez por outra
são ouvidos à distância.
Entre minhas pernas habitam ânsias de lábios grossos,
uma língua que se enrosca e uma boca faminta de respostas.
Entre minhas pernas termina o desfiladeiro
de minhas coxas e começa a colina de meu ventre.
Entre minhas pernas eu sinto a vida fluindo.
Entre minhas pernas eu começo e acabo meu dia.
Patricia Antoniete
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