quinta-feira, 17 de março de 2011



Trago-te
nas linhas das minhas mãos
cujas veias assimétricas
entoam cânticos de galos
que embriagados de silêncio
bicam os meus loucos desejos
molhados com o nascer da aurora.

Dissolves-te
em transparências de pura seda
cravadas nas impressões digitais
que sofregamente beijas
sem respeitares nunca os sinais.

Apesar do stop, tu avanças
Lambes-me o céu-da-boca
Mordes-me os lábios sedentos
Enrolas-te na minha língua.

Encontro-te
Desejo-te
Afago-te
Devoro-te!

Enterneço-te
Com o feitiço das minhas mãos
que te amam em alvoroço
percorrendo a auto estrada da tua pele
como se eu fosse a abelha e tu o mel
no oásis do teu corpo todo aberto
ao cardume dos meus desejos.

Vóny Ferreira


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