...
[excerto]
O vento, sob o céu de brumas carregado,
passa, ora langoroso, ora forte, medonho!
E tanto penso em ti, ó meu ausente amado!
que te sinto no vento e a ele, feliz me exponho
Com carícias brutais e com carícias mansas,
cuido que tu me vens, julgo-me toda tua...
Sou árvore a oscilar, meus cabelos são tranças...
E não podes saber do meu gozo violento,
quando me fico, assim, neste ermo, toda nua,
completamente exposta à volúpia do vento!
Gilka Machado
em "Volúpia do Vento"
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