No parque morno, um perfumista oculto
ordenha heliotrópios,
Deixa aberta a janela.
Minhas mãos sabem de cor o teu corpo,
e a alcova é morna.
Apaguemos a luz.
Não sentes na tua boca
um gosto de papoulas?
Passa o lenço de seda de tuas mãos
sobre minha fronte
e não me digas nada:
a febre está, baixinho, ao meu ouvido,
falando de ti.
Guimarães Rosa
Nenhum comentário:
Postar um comentário