segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Das duas de mim

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Das duas de mim só percebeste
A louca
A voz de íntima nudez
O grito surdo da fêmea.

Das duas de mim só percebeste
A outra
A dos ventos soltos
Cabaças no ventre
E um demónio
Nos cabelos

Das duas de mim só percebeste
A sombra
A embriaguez do vinho
O brilho da palavra
O sonho

Agora que um mapa estranho
Traçou na face os caminhos da santa
O sonho apareceu despido
Ainda voltas
De vez em quando
Com as palavras da louca

Paula Tavares

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