Entre encontros
desencontros,
nossa poesia se deita na cama
abusando da chama
que nos consome
ao chancelar na pele
uma cicatriz que é
apenas nossa.
Entre silêncios
afastamentos,
nossa poesia se estampa
explícita na cama
fazendo do sagrado e do profano
o mistério
que não se desvela
mas que se escancara
no desejo que nos invade.
Entre dúvidas
culpas,
nossa poesia incendeia
a cama de um quarto qualquer
prolongando em nossas almas
um clamor estranho e distante
que, por entre pele com pele,
se reconhece
no pulsar de cada poro,
de cada célula
apenas nossa,
destinadas a um eterno
re-encontro.
Ana Paula Perissé
Nenhum comentário:
Postar um comentário